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CULTURA

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Área cultural na região tem como empecilho a própria população

Luis Octavio Gabatelli

Propagar produtos artísticos no interior de São Paulo (alta paulista) é uma tarefa complicada. Secretários, artistas e realizadores artísticos encontram barreiras no seu dia-a-dia. Empecilhos que vão desde a parte financeira, até a assimilação do público com a arte que é apresentada.
O secretário de Cultura, Esporte e Turismo de Osvaldo Cruz, Marcos Demori, disse que os dois lados, financeiro e a não compreensão artística através do público, são fatores que atrapalham o processo de difundir artes e artistas na região da alta paulista.
“Nós divulgamos eventos, mas a aceitação é lenta. Há pouca aceitação dos eventos artísticos mais elaborados”, afirmou Demori.
Ele disse ainda que a Prefeitura de Osvaldo Cruz garante verba para os eventos culturais, mas a deficiência que ele observa, não só em Osvaldo Cruz, é a do vinculo entre população e arte de boa qualidade.
“Nosso objetivo é fazer a pessoa se acostumar com a arte. Entendo que as pessoas estão acomodadas de frequentar esse tipo de evento, uma apresentação mais elaborada”, completou Demori.
Nos últimos anos houve um fortalecimento quantitativo de eventos culturais na região, entre eles o “Mix Cultural”, “Sesc Artes” e “Virada Cultural Paulista”.
Esses eventos estão se concretizando na região devido à articulação entre os agentes culturais e o poder público.

Referências

Em seu depoimento, Demori disse que Adamantina é uma referência de bons trabalhos na área cultural, não só para a região, mas também em todo o estado de São Paulo.
O trabalho feito por Acácio Rocha (secretário de Cultura de Adamantina) vem de longa data e segundo Demori foi (e é) um trabalho árduo que se edifica através da persistência.
“O Acácio Rocha conseguiu fazer diferença. Nós que trabalhamos com cultura e circulamos no meio cultural. sempre ouvimos que a secretaria de Cultura de Adamantina é uma referência para os artistas e para quem promove cultura”, finalizou Demori.
Ele completou, ainda, dizendo que o trabalho na pasta de Cultura é feito com teimosia, insistindo e instigando as pessoas a irem aos eventos, como também promovendo shows e exposições tendo como espelho o trabalho feito na secretaria de Cultura de Adamantina.



Declamador à 20 anos participa de evento em Dracena

Luiz Paulo Jacon

Uma área coberta de conteúdo, porém pouco explorada pela região ganhou destaque nestes últimos anos na cidade de Dracena, a poesia e a declamação. Pelo terceiro ano consecutivo a Secretaria de Cultura do município organizou o “3º Recital de Poesias” com o objetivo de resgatar a arte da poesia e despertar o interesse pela literatura.
O evento foi aberto ao público e contou com a participação de declamadores entre eles Marco Antonio Vasconcelos Alencar que recitou poemas dos autores Fagundes Varela, Luís de Camões, Manuel Bandeira, Olavo Bilac, Pompilho Diniz, Vinícius de Moraes entre outros.
Com 66 anos de idade sendo 20 deles dedicado a declamação, Marco Antonio falou ao Caderno Cultural sobre a importância da poesia e sua experiência na arte em declamar, criada pelos trovadores na época medieval durante o Trovadorismo primeiro movimento literário da língua portuguesa.

Caderno Cultural: Como você conheceu a poesia?
Marco Antonio: A primeira vez que vi algo sobre poesia foi na cidade de Pacaembu ainda na escola. Nós tínhamos que fazer uma trova sobre um ferreiro. A trova é muito sucinta, muito curta e em apenas quatro versos o poeta consegue expor o que deseja. A partir daí passei a escrever outras trovas, sonetos e me interessei pela poesia.

CC: Além da poesia você também tomou gosto pela declamação, como foi este processo?
MA: Passei a ter gosto pela declamação graças a Quinquarin Gonçalves. Ele era um artista de circo, declamava muito bem e sempre que podia acompanhava suas apresentações quando vinha a Dracena. O poema Festa de Eleição de Pompílio Diniz era um dos favoritos de Quinquarin e foi o primeiro que aprendi pois tinha um lado humorístico fantástico. Não me considero um declamador profissional, mas hoje declamo durante uma hora e meia seguida vários outros autores e este poema de Pompílio tem grande importância pois aborta o humor algo que tornou-se fundamental em minhas apresentações.

CC: Quais são seus poetas favoritos e qual seu poema favorito?
MA: Poetas são vários, Olavo Bilac, Vinicius de Morais e Carlos Drummond de Andrade estão entre os meus favoritos. Por influência da minha família quase toda nordestina gosto muito também de poetas do nordeste como Manuel Bandeira, pois a criatividade dele e outros é impressionante. Sobre o poema predileto é difícil escolher um, colocaria a Elegia Desesperada de Vinicius de Moraes e um humorístico Invenção de Satanás.

CC: Recentemente Dracena organizou o 3º Recital de Poesias. Quanto este evento é importante para cidade?
MA: É muito importe, nele tivemos uma excelente chance de resgatar a cultura na nossa cidade. Este foi o terceiro ano consecutivo do evento e desde a primeira edição venho sendo convidado para participar. O recital deve ser algo constante e ser organizado todos os anos para a população se acostumar com a arte da poesia e da declamação que ao meu ver ainda é pouco explorada na região.